Se você ainda não entendeu o que uma tela 4K significa, pense desta forma: ela conta comquatro vezes mais definição do que uma tela Full HD, aquela que está na sua sala ou no monitor do seu computador. Este tipo de tela é realmente incrível e faz com que pixels que estão em um painel de mais de um metro de largura, fiquem bem pequeninos ao ponto de não aparecer mesmo para quem está próximo da TV. Lindo, funciona bem e a qualidade é incrível. No smartphone também, a ideia é maravilhosa e a capacidade de mostrar imagens extremamente nítidas é algo que realmente me faz ficar de olho neste modelo. O problema é: na TV da sua casa o consumo de energia não é um problema, já que tem a tomada ali e que envia eletricidade o tempo todo. No smartphone não há esta possibilidade e a tela 4K vira um beberrão da energia que está lá e que ainda será dividida para todo restante do telefone - pense em processador, placa gráfica, sensores, alto-falante, leitor do SIM card e tudo mais que forma o aparelho.
Junte isso com um processador que está dentro do modelo, que é o esquentadinho do Snapdragon 810 - que faz ferver o Xperia Z3+, ou Z4, mesmo quando você quer apenas uns segundos de vídeo filmado em 4K. Outro ponto que faz todo sentido nesta falta de sentido, é que você não consegue sequer notar a diferença de resolução entre uma tela Full HD e uma tela 2K, imagine só numa tela que tem duas vezes mais resolução do que a mais alta resolução de um smartphone. Sério, coloque um aparelho Full HD (como o Xperia Z3+ ou o Zenfone 2) e outro 2K (como o Moto Maxx, Galaxy S6 ou Galaxy Note 4) em uma distância normal de uso, que é de uns dois palmos dos seus olhos, e conte aqui nos comentários a diferença. Você nota algum pixel? Consegue ver a letra que diz o nome do ícone do mesmo app (como o Google Play), serrilhada? Não! (ok, até consegue, mas apenas quando está com o olho grudado na tela, condição de uso que trará sérios problemas de vista em pouquíssimo tempo e uma forma que você não utiliza na rua, certo?) Acima de Full HD e na distância que você utiliza o smartphone no cotidiano, não há qualquer diferença de detalhes - muda apenas a tecnologia da tela, se é um LCD, se tem IPS, se é AMOLED, Super Amoled ou um TFT e isso tudo não tem nada com definição.
Enfim, para finalizar meu ponto de vista sobre uma tela 4K em smartphones, tem ainda o consumo extra de energia da placa gráfica. Se você tem quatro vezes mais pixels na tela do que em um display Full HD, você precisa de uma placa gráfica que produza quatro vezes mais, que trabalhe mais, para preencher todos estes pixels extras. Junte o trabalho extra do processador e da placa gráfica, com o que falei antes do consumo da própria tela, e você tem uma forma bem interessante de exigir uma bateria monstruosa, apenas para durar um dia.
Sério, tela Full HD está de ótimo tamanho, você não vê um pixel, um serrilhado e ainda garante uma autonomia maior de bateria. Não, ainda não estamos prontos para tela 4K no celular, ao menos não antes de resolvermos o problema de consumo de energia e trabalho extra do processador. Ao meu ver, a Sony quer apenas marketing e uma visibilidade maior, depois de lançar três gerações de Xperia extremamente semelhantes e em 12 meses. O Xperia Z3 foi lançado em setembro do ano passado, o Z3+ (ou Z4) chegou em junho deste ano e o Z5 agora, em setembro.
Para saber se o Z5 Premium é realmente puro hype, é preciso vivenciar o aparelho e, no review, mostrar quão extra é o consumo de energia pela tela de maior resolução. Isso só poderei responder quando o dispositivo estiver aqui no Brasil, algo que ainda não há previsão para ocorrer. Enquanto isso, olhando de forma superficial, o Xperia Z5 Premium pode ser mais uma má escolha da Sony.
comment 0 التعليقات:
more_vertsentiment_satisfied Emoticon